100 dias até Belém

(O conteúdo que você vai ler a seguir é feito totalmente por humanos, e para humanos)

Se pudéssemos comparar o percurso de 100 dias daqui para a COP30 a uma prova olímpica, daquelas de 100 metros rasos com barreiras, olha… Haja obstáculos no meio do caminho até a Conferência. Tanto para a Presidência da COP, quanto para todos os que acompanham (e trabalham pela) política climática, uma coisa é certa: vai exigir fôlego de atleta. 

O primeiro obstáculo fincado na pista de atletismo da geopolítica climática se chama baixa ambição. Há diferentes formas de identificá-la e a mais simples delas é a ausência de submissão de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) de países “de peso” que tenham assinado o Acordo de Paris. O prazo final para o depósito oficial das NDCs no sistema de registro da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC), fixado por seu secretário-executivo, Simon Stiell, esgota-se em 30 de setembro. Se os países se esborracharem logo nesse primeiro cavalete, será difícil fazer com que essa seja a COP da implementação, como vem sendo chamada.

Vale lembrar que, em fevereiro, logo após passagem pelo Brasil, Stiell havia tomado a decisão de prorrogar o prazo dos países justamente para que suas metas sejam incluídas no chamado Relatório Síntese de NDCs (2025 NDC Synthesis Report), que sai anualmente e está previsto para o fim de outubro, a poucos dias da COP. 

Fato é que, até aqui, União Europeia, China e Índia não se colocaram dentro do jogo. Rússia então… Nem se fala. Os Estados Unidos, país segundo colocado no ranking de emissões, até apresentaram compromisso no apagar das luzes do governo Biden, mas a orientação do governo atual guinou em 180º por lá, e o país sequer deve enviar delegação a Belém. Até a Indonésia, nação que compartilha muitas semelhanças e desafios com o Brasil, também ainda não apareceu com seus compromissos. A verdade é que, dos 10 maiores emissores globais, apenas Brasil e Japão já se comprometeram oficialmente com NDCs de agora até 2035. Boa parte dos demais é composta por membros do BRICS – incluindo a campeã, China –, grupo que dias atrás se mostrou contrário a regulações de mercado pró-clima, chamando-as de “medidas comerciais protecionistas disfarçadas de preocupação ambiental”. É nessas horas que os obstáculos crescem na frente de um atleta: a Presidência da COP.

Para se ter uma ideia, em julho, somente Mônaco e Niue – países pouco expressivos na ponta do lápis de emissões – apresentaram NDCs. Em junho, Belize, Somália e Noruega. É pouco. Alguns meses e quatro Cartas da Presidência depois, o mutirão das NDCs ainda não decolou.

Um segundo obstáculo essencial atende pelo nome de financiamento climático. Na corrida para empregar dinheiro no que importa para as nações, o tema Defesa (que em verdade, convenhamos, está mais para ataque) tem corrido muito mais rápido que o dinheiro em favor do clima. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), por exemplo, recentemente chegou a definir uma indexação de 5% dos gastos em Defesa em relação ao PIB dos países-membros, até 2035, mas (e mais) financiamento climático ainda é incerto. Além disso, cada investimento deve se basear na ciência em adaptação climática de cidades, empreendimentos e infraestruturas regionais e nacionais. Contudo, muitos deles seguem sendo feitos como se não estivéssemos diante de uma desordem no clima. Para reconfigurar a pesada engrenagem de para onde vai o dinheiro do mundo, arrojo e coragem são vitais.

O terceiro obstáculo era completamente evitável, mas agora está aí, nos últimos metros antes da linha de chegada até novembro: países têm pedido para que a COP30 simplesmente não aconteça em Belém. Nesta semana, ficou bastante evidente que o perigo é real e imediato. O embaixador e presidente da COP30, André Corrêa do Lago – que não tem entre suas atribuições organizar questões logísticas – tem sido frequentemente colocado em apuros diplomáticos, consequências de problemas que governos (nos três níveis) e setor privado não têm conseguido resolver: preços e disponibilidade de acomodações. Em resumo: custos exorbitantes atravancando o caminho do mutirão.

Diante de valores impraticáveis para hospedagens (e também o medo de essa lógica se repetir na alimentação e no transporte durante a Conferência), uma pergunta para governos locais e empresários do setor hoteleiro segue sem resposta: Se a oferta de leitos tem aumentando à medida que as obras avançam em Belém, por que os preços não baixam? 

Entre o jogo de empurra entre empresariado e governo, visto nos últimos dias, no fim das contas o essencial para política climática é: não basta que haja COP. Ela precisa ser legítima. E essa legitimidade é diretamente proporcional à participação, em quantidade e qualidade, de todos os países da Convenção, em especial os menos desenvolvidos. Afinal, são eles os mais impactados pela desordem climática. Sem países africanos e insulares, por exemplo, inexiste mutirão.

Assim como os 100 metros rasos com barreiras, a contagem regressiva de 100 dias para a COP30 é prova rápida. De agosto a novembro é um piscar de olhos, e cada colaboração vai contar. O pódio, desta vez, não tem 3 lugares, mas um troféu para todo o planeta: a esperança concreta de que “o 1,5ºC” ainda é possível. E é em Belém que se espera celebrar essa vitória, com todos os convocados presentes. 

Boa leitura!

TÁ LÁ NO GRÁFICO

Na segunda parte da série sobre a Estratégia Nacional de Mitigação e os Planos Setoriais, o Tá Lá no Gráfico desta semana analisa os dados para os setores de Processos Industriais e Uso de Produtos (IPPU) e Resíduos, responsáveis por quase 10% das emissões nacionais.

O plano setorial da indústria projeta aumento de até 34% nas emissões até 2035, o maior crescimento absoluto dentro do Plano Clima. O avanço está ligado às projeções de crescimento econômico e à perspectiva de neoindustrialização. Já o setor de resíduos, a menor das cinco fontes de emissão do país, tem meta de reduzir em até 18% as emissões, com foco em captura de metano e aproveitamento de biogás.

FRASE DA SEMANA

Não temos opção a não ser reforçar esse regime [multilateral], que nos dá instrumentos para agir e não deixar que a situação internacional nos desvie do que precisa ser feito.

Embaixadora Liliam Chagas, Diretora do Departamento de Clima do Itamaraty, no Second Belém Desk Briefing, reforçando a necessidade de esforços para uma COP30 efetiva em resultados. Foto: IISD/ENB – Kiara Worth

ABC DO CLIMA

SBCE: É a sigla para Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões. Também chamado de mercado brasileiro de carbono, foi aprovado em lei federal, em 2024, para estimular um mercado entre empresas cujas atividades emitem carbono para a atmosfera, mas que têm metas de redução a cumprir, determinadas por uma autoridade nacional. Funciona assim: partindo do compromisso climático expresso nas metas da sua NDC, o país define a parcela a ser regulada a partir desse instrumento. Esta parcela é rateada entre os setores da economia e seus agentes, responsáveis pelas emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). Ao final, cada instalação dos setores regulados recebe um limite (cap) de emissões a cada ano. Esse limite equivale a um certo número de permissões, sendo que cada permissão corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (tCO2e). Uma instalação que emitir menos do que seu limite poderá comercializar (trade) as permissões excedentes para outra que ultrapassar seu limite. Assim se estabelece o comércio de emissões, ou mercado regulado ou mercado “cap-and-trade”. Diferentemente do que se pode pensar, o sistema não é pensado para o exercício do “direito de poluir”. Isso porque o sistema brasileiro até reconhece o chamado mercado voluntário, em que essas transações ocorrem livremente por decisão de duas partes, mas foca mesmo suas energias no mercado regulado, que tem esse nome justamente porque impõe limites aos agentes nele presentes. Dessa forma, a regulação impede, por exemplo, que compra e venda sejam indiscriminadas e infinitas, já que estabelece tetos (limites máximos) de emissão, que vão progressivamente diminuindo, justamente para forçar que as emissões nacionais decresçam com o passar do tempo. O sistema de comércio existe para fixar as regras básicas de como esse mercado funciona e para garantir integridade nas transações e na contabilidade geral de carbono, já que o objetivo maior não é o lucro, mas a redução na conta final das emissões brasileiras, que se sustente (isto é, não volte a aumentar) ao longo do tempo.

Há mais de 30 mecanismos similares ao SBCE pelo mundo. A maior referência em mercados de carbono, atualmente, é o Sistema de Comércio Europeu, o EU ETS. No caso brasileiro, dada a complexidade dos assuntos que envolvem o mecanismo de comércio de emissões, não é possível que o SBCE entre em pleno vigor pelo menos até 2028. 

A Política por Inteiro preparou um material visual especial que explica como funcionam os mercados de carbono.

O SBCE completa 1 ano de existência em novembro, exatamente durante a COP30, em Belém.

MONITOR DE ATOS PÚBLICOS

Nosso Monitor de Atos Públicos captou 5 atos relevantes para a política climática nesta semana. O tema de destaque foi Terras e Territórios, com 3 atos, incluindo a  Política Nacional de Incentivo à Visitação a Unidades de Conservação. As classes mais recorrentes da semana foram Resposta, com o emprego da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) em apoio à Funai, e Planejamento, com 2 atos cada, incluindo a composição do plenário do Fórum Nacional de Transição Energética (Fonte).

2025 firme para quebrar recorde em acionamentos de Força Nacional

Como já havíamos detectado nos primeiros meses de 2025, o ano vai mesmo se encaminhando para bater o recorde de acionamentos de Força Nacional de Segurança Pública (FNSP). De janeiro a julho, foram 41 acionamentos de FNSP, para diferentes regiões do país. No mesmo período, em 2023 e em 2024, haviam sido contabilizados 34 e 24 acionamentos, respectivamente. 

Ao todo, 2023 e 2024 fecharam com 69 e 52 acionamentos, nessa ordem. Mantida a proporção atual, 2025 caminha para estabelecer um recorde. Os números indicam urgência para a gestão de conflitos territoriais e para o combate a crimes ambientais. Se tem uma coisa que o emprego da Força não vem sendo é “episódico e planejado”, como o texto-padrão desse tipo de ato costuma frisar.

Nesta semana, foi a vez da Terra Indígena (TI) Paquiçamba, no Pará, e de TIs no Amazonas saberem que receberão efetivo da FNSP. Enquanto isso, a necessária aceleração de processos de declaração, homologação e regularização de TIs, entre fatores políticos (receio do governo federal em se indispor com governos estaduais) e jurídicos (Supremo Tribunal Federal e sua “conciliação” junto ao Legislativo), não ocorre. No fim das contas, essa falta de resolução para questões fundiárias se traduz em fragilidade que limita a governança territorial, uma das condições para a efetividade da política climática brasileira. 

De 2023 para cá, até que impasses históricos envolvendo posse e domínio de terras vêm apresentando resultados importantes, como no Maranhão, Mato Grosso do Sul e Pará. No entanto, o déficit brasileiro em matéria fundiária é extenso e precisará de ritmo e, principalmente, de continuidade nos próximos anos.

Dada a relevância do tema, a Política por Inteiro tem uma análise infográfica que explica em detalhes o emprego da Força Nacional.

CIM: Câmara de Participação Social tem assentos definidos

Nesta semana, uma resolução do Subcomitê Executivo do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (Subex-CIM) tornou público o resultado do processo seletivo e respectiva aprovação da composição da Câmara de Participação Social do CIM, com mandato de dois anos. A especialista sênior da Talanoa, Marta Salomon, será a titular da cadeira ocupada de forma conjunta por Instituto Talanoa, Centro Brasil no Clima (CBC) e Fundação SOS Mata Atlântica. A suplência será de William Wills, diretor de Projetos do CBC.

BRASIL

AdaptaCidades define municípios selecionados 

Na última terça-feira (29), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) publicou uma lista de 581 municípios que serão contemplados pelo AdaptaCidades (ver imagem abaixo). O programa tem como objetivo fortalecer as políticas de adaptação nos municípios brasileiros mais vulneráveis às mudanças climáticas, por meio de capacitação para gestores públicos dos entes subnacionais. 

Quando o programa foi lançado, em fevereiro, a Política por Inteiro fez uma análise que apontava para os desafios em aterrissar o programa na governança climática federativa. Com adesão integral de todas as Unidades Federativas (UF) e biomas brasileiros, o programa avança em suas etapas e deve ser concretizado em planos de trabalho estaduais e posteriormente, em planos municipais de adaptação.

MUNDO

Terremotos e tsunamis e a prevenção de desastres

Na quarta-feira (30), o terremoto de 8,8 de magnitude na península russa de Kamchatka, desencadeou ondas de até 5 metros, colocando em alerta e causando evacuações na Rússia, Japão, Havaí, Chile e outros países da costa do Pacífico. O terremoto é o mais forte desde 2011, quando tremores e tsunami atingiram Fukushima, no Japão. Terremotos NÃO têm relação com a mudança climática. Porém, a forma como a humanidade vem aperfeiçoando as respostas a esse tipo de fenômeno, tentando reduzir seus impactos e letalidade, ajuda a pensar nos sistemas de alerta para eventos extremos provocados pelo aquecimento global. 

No evento desta semana, a Agência Meteorológica do Japão (JMA) pôs em prática seu protocolo de resposta, que prevê disparar os primeiros alertas de tsunami em cerca de três minutos após o tremor, com o objetivo de maximizar o tempo disponível para uma eventual evacuação da população. O sistema japonês de alertas para tsunamis foi atualizado após a tragédia de 2011, que matou 20 mil pessoas. Na década anterior, após o grande terremoto de Kobe, que matou mais de 6.400 pessoas, as medidas de prevenção para terremotos foram revistas, chegando-se à principal conclusão de que eram necessárias ações para mitigar as ocorrências de incêndios nas cidades pós-sismos. O povo japonês, em um território propenso a fenômenos naturais como terremotos, tsunamis e vulcanismo, aprendeu ao longo dos séculos a lidar com os desastres. Agora que vivemos uma era de eventos climáticos extremos, agravados pelo aquecimento global, o que podemos aprender com o exemplo do Japão? Veja nosso post no blog.

Departamento de Energia dos EUA nega realidade

Que Trump trabalha pela desregulação da política climática norte-americana, todo mundo já sabe, mas essa merece destaque. Em um relatório definido como “revisão crítica”  e divulgado nesta semana, o Departamento de Energia (DoE) estadunidense resolveu apostar em ficção para questionar não a mudança do clima, nem suas causas, mas as soluções para a emergência climática.

O material –  que tenta se apresentar com verniz de ciência – levanta mitos já desmentidos desde os anos 2000, como a hipótese de o aumento na concentração de CO2 ser benéfico para as plantas, e, dessa forma, a intensificação da mudança climática ser “desejável” para potencializar a produção agrícola no planeta. O conhecimento empírico do campo comprova o contrário: secas, pragas, geadas, inundações e outros eventos extremos são causa de quebras de safra e perdas bilionárias. O texto ainda afirma que a transição energética, com investimento em energias renováveis, vai trazer impactos econômicos e sociais mais severos do que os efeitos climáticos, sobretudo aos mais pobres. “Políticas climáticas agressivas podem reduzir o crescimento econômico, aumentar os custos de energia e agravar a pobreza, especialmente em países em desenvolvimento”, alega.

Se já não é mais possível negar o aquecimento do planeta e a responsabilidade das emissões dos gases de efeito estufa, o “novo negacionismo” agora relativiza os efeitos e ataca as soluções: resiste à mitigação e às renováveis, única saída aos mais pobres.

Boletim de Adaptação saído do forno

O boletim de julho da Força-Tarefa “Adaptação como Prioridade para a COP 30”, rede composta por mais de 40 organizações de 13 países da América Latina e Caribe, traz as principais novidades sobre a agenda de diplomacia da adaptação do mês. Nesta edição, analisamos o estado dos Planos Nacionais de Adaptação e das NDCs na região, os caminhos possíveis para o Baku Adaptation Roadmap – BAR na COP 30, bem como a importância da temática na Conferência de Financiamento em Sevilha e na decisão da Corte Internacional de Justiça.

Para receber o boletim mensalmente em Português, Espanhol e Inglês,

MONITOR DE DESASTRES

O Monitor de Desastres captou 6 atos de reconhecimento de emergência decorrentes de eventos climáticos extremos, que impactaram 40 municípios. A tipologia Chuvas Intensas (Tempestades) foi a mais frequente, com mais da metade das ocorrências, muito por conta do estado do Rio Grande do Sul. A Estiagem persiste em alguns estados do Nordeste do país. Foi registrado um Incêndio Florestal, no município de Redenção, no Pará.

Para consultas detalhadas, visite nosso Monitor de Desastres.

Nota explicativa: os dados registrados no Monitor de Desastres referem-se única e exclusivamente às situações de emergência ou calamidade pública reconhecidos oficialmente pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil/MDIC nesta semana. Eventualmente, é possível que desastres ocorridos na mesma semana não sejam contabilizados, dado que o reconhecimento do governo federal leva alguns dias para ser publicado.

TALANOA POR AÍ

A convite do Belém Desk, uma rede internacional com mais de 280 jornalistas de 56 países (incluindo mídia nacional e indígena) coordenada pela Nature4Climate, iCS, TNC e UNEP, a presidente da Talanoa, Natalie Unterstell, mediou o Second Belém Desk, na última semana. Além de jornalistas de todo o mundo, o encontro online reuniu autoridades em política climática para discutir “Negociações em Foco: O Caminho de Bonn até a COP30”. Participaram ainda a embaixadora Liliam Chagas, a diretora sênior de Políticas Climáticas Globais da WWF, Fernanda Carvalho, e a  líder especialista em Estratégias Internacionais Sênior do iCS, Cintya Feitosa. 

Fique por dentro da Política Climática com a Talanoa. Assine gratuitamente nosso canal no WhatsApp e receba informações e análises diárias, com tudo que importa para a agenda de clima.

TALANOA NA MÍDIA

Economia do Futuro Caio Victor Vieira, analista de política climática da Talanoa, participou do podcast de Melina Costa para falar sobre o PL do Licenciamento Ambiental
VEJA Reportagem sobre Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), com participação de Natalie Unterstell, presidente da Talanoa.

Bom fim de semana,
Equipe POLÍTICA POR INTEIRO

Equipe Editorial (Liuca Yonaha, Marta Salomon, Melissa Aragão, Ester Athanásio, Marco Vergotti, Renato Tanigawa, Taciana Stec, Wendell Andrade, Daniel Porcel, Caio Victor Vieira, Beatriz Calmon, Rayandra Araújo e Daniela Swiatek).

Assine nossa newsletter

Compartilhe esse conteúdo

Apoio

Realização

Apoio