COP 29 – Dia 2: Meta de 2035 do Reino Unido bem-recebida; expectativa sobre NDC do Brasil nesta quarta

COP 29 – Dia 2: Meta de 2035 do Reino Unido bem-recebida; expectativa sobre NDC do Brasil nesta quarta

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou a meta de redução de emissões de 81% até 2035; a NDC do Brasil será apresentada nesta quarta.
Foto: COP 29/divulgação

Este ano deve ser confirmado como o ano mais quente já registrado, já havia afirmado a Organização Meteorológica Mundial no primeiro dia da COP 29, em Baku. Neste segundo dia, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, reafirmou o prognóstico e acrescentou que 2024 é “uma grande lição sobre destruição climática”. Ele convocou os líderes e negociadores presentes a centrar esforços em três pontos:

1) reduzir emissões de gases do efeito estufa (GEE), com Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) alinhadas ao objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5ºC em relação ao período pré-industrial; 

2) fazer mais para proteger as populações da devastação da crise climática, tendo em conta que os mais vulneráveis ​​estão sendo abandonados aos extremos climáticos;

3) financiamento climático. “A COP29 deve derrubar os muros do financiamento climático. Os países em desenvolvimento não devem sair de Baku de mãos abanando. Um acordo é obrigatório e estou confiante de que será alcançado”, disse.

Para um bem sucedido resultado nas negociações sobre a nova meta de financiamento, Guterres afirmou que há cinco elementos críticos:

1) aumento significativo das finanças públicas concessionais;
2) indicação clara de como estes fundos públicos vão mobilizar os biliões de dólares de que os países em desenvolvimento necessitam;
3) explorar fontes inovadoras, especialmente impostos sobre o transporte marítimo, a aviação e a extração de combustíveis fósseis, com base no princípio de que os poluidores devem pagar;
4) quadro para uma maior acessibilidade, transparência e prestação de contas – dando aos países em desenvolvimento a confiança de que o dinheiro se materializará;
5) o aumento da capacidade de empréstimo para bancos multilaterais de desenvolvimento maiores e mais ousados, o que exige uma grande recapitalização, e reformas dos seus modelos de negócio para que possam alavancar muito mais financiamento privado.

Foto: COP 29/Divulgação

NDCs

A barra da ambição foi elevada pelo Reino Unido, que apresentou sua meta de redução de emissão de gases do efeito estufa (GEE) para 2035: 81%. O ano referência da NDC britânica é a década de 1990 (para alguns gases, 1999; para outros 1995). O anúncio da NDC britânica feito pelo primeiro-ministro Keir Starmer, no discurso no segmento de alto nível, foi bem recebido.

Quem também falou no espaço foi o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, chefiando a delegação brasileira na ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A NDC do Brasil ainda não foi apresentada na íntegra – isso está previsto para ocorrer nesta quarta-feira (13). Alckmin destacou, porém, o dado mais ambicioso da meta “em banda” que já havia sido divulgada na sexta-feira (8). “Terei a honra de apresentar nesta COP 29 a NDC do Brasil. Nossa meta reflete nossa mais alta ambição: a redução de emissões de até 67% em até 2035, comparada ao ano de 2005. Ambiciosa certamente, mas também factível”, disse. Nesta quarta-feira (13), saberemos mais detalhes que podem demonstrar se o alvo da meta é mesmo o valor de maior redução (teto de emissões de 850 milhões de toneladas de CO2e em 2035), que tirará o Brasil do grupo dos grandes emissores mundiais que despejam mais de 1 gigatonelada de CO2e na atmosfera por ano.

Foto: Agência Gov/Reprodução/Cadu Gomes/VPR

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que assistiu ao discurso de Alckmin e também discursou ao lado do vice-presidente na abertura do Pavilhão Brasil, também falou sobre a NDC que será apresentada. “Diferentemente de outros países, o Brasil tem metas para todos os setores da economia. O detalhamento substancial será dado amanhã (quarta, 13), quando apresentarmos a nossa NDC. Nosso compromisso é com  o desmatamento zero porque queremos aumentar a produção por ganho de produtividade”, disse a jornalistas.

Marina Silva na inauguração do Pavilhão Brasil. Foto: Reprodução/Instagram

Perdas e Danos

A Suécia fez aporte ao Fundo de Perdas e Danos de US$ 17 milhões. Apesar de insuficiente, a medida foi bem recebida pelos países em desenvolvimento. Por ironia, a doação sueca equivale ao valor alocado pelos Estados Unidos  no mesmo fundo.

NCQG

O rascunho inicial, proposto há um mês pelos CoChairs, foi rejeitado. Países em desenvolvimento rechaçaram a ampliação da base de contribuintes e a proposta dos desenvolvidos de discutir “escopo”. O G77+China expressou interesse em partir para a discussão que importa. Ou seja, do chamado quantum.

Equipe Editorial (Liuca Yonaha, Marta Salomon, Melissa Aragão, Ester Athanásio, Marco Vergotti, Renato Tanigawa, Taciana Stec, Wendell Andrade, Daniel Porcel, Caio Victor Vieira, Beatriz Calmon, Rayandra Araújo e Daniela Swiatek).

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