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O monitoramento mensal que Talanoa faz do Fundo Clima identifica um paradoxo. Se por um lado o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado ao Congresso promete que o bolo de recursos do maior fundo climático cresça de forma inédita, alcançando R$ 42,5 bilhões em 2026; por outro, falta musculatura na dinâmica dos repasses, que demoram a chegar. Para que os 76% de orçamento superior a 2025 se concretize em 2026, será necessário que as análises sejam mais ágeis e volumosas.
A equipe da Talanoa identificou que as operações via BNDES neste ano seguem em ritmo lento: elas somam cerca de R$ 1,6 bilhão até setembro, com base em contratos já fechados. O valor empenhado é inferior a 20% do orçamento autorizado para 2025. Os contratos de Adaptação somam R$ 4 bilhões, mas permanecem em análise.
A alta que o PLOA projeta para 2026 nas autorizações de gastos do Fundo Clima prevê recursos que se destinam tanto à parcela para empréstimos via BNDES como à parcela que estimula a atração de capital privado e estrangeiro para a agenda climática, do Eco Invest.
O novo salto da destinação de recursos públicos para o Fundo Clima em 2026 é sustentado pelo uso de mais recursos da exploração de petróleo na agenda climática. Em 2025, foram alocados R$ 3 bilhões do Fundo Social para o Fundo Clima. Em 2026, esse valor sobe para R$ 31 bilhões. Não pode justificar, porém, novos postos de exploração de fósseis.
A Talanoa analisa mensalmente os contratos fechados pelo BNDES. Acesse o Boletim de Agosto e conheça a análise em detalhes.
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