Marina, no lugar dela, por ela, por nós e até por eles

(O conteúdo que você vai ler a seguir é feito totalmente por humanos, e para humanos)

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

“O trabalho da pasta de Meio Ambiente, que é o meu lugar; defender meio ambiente, este é o meu lugar. É um lugar que eu ocupo não por ser ministra, mas por ter compromisso com essa agenda desde que me entendo por gente. E talvez eu só esteja no ministério porque tenho esse compromisso e essa prática. Então, o meu lugar, em primeiro lugar, é o de defender o meio ambiente. E, ao defender o meio ambiente, eu estou defendendo o combate à pobreza; ao defender o meio ambiente, eu estou defendendo o agronegócio; ao defender o meio ambiente, eu estou defendendo a indústria; ao defender o meio ambiente, eu estou defendendo os interesses estratégicos do Brasil, porque, hoje, tudo passa pelo meio ambiente. Esse é o meu lugar.”

A resposta da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, à fala ofensiva do presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, Marcos Rogério (PL-RO), – “Ponha-se no seu lugar”, deixa claro por que o Brasil precisa que a Marina siga com firmeza no lugar que tem toda a autoridade e legitimidade para estar.  A frase veio depois de três horas da tensa sessão, na qual Marina não se negou a responder nenhuma das indagações, para a qual ela foi convidada para prestar informações sobre a criação de quatro unidades de conservação (UC) marinha no Amapá, por requerimento do senador Lucas Barreto (PSD-AP). 

Após a fala agressiva de Marcos Rogério, houve ainda a afirmação de Plínio Valério (PSDB-AM), senador que disse em março que queria enforcar a ministra: “Ministra Marina, que bom reencontrá-la! E, ao olhar para a senhora, eu estou vendo a ministra. Eu não estou falando com a mulher. Eu estou falando com a ministra. Porque a mulher merece respeito e a ministra, não. Por isso que eu quero separar”.

Com razão, Marina condicionou sua permanência a um pedido de desculpas de Valério, que ainda afirmou: “A senhora disse que eu sou psicopata. Está com medo de mim?”. A ministra se retirou da audiência.

O Instituto Talanoa e a Política por Inteiro prestam solidariedade a Marina Silva e todo apoio para que siga nesse lugar, por ela, por nós, por quem hoje a ataca, por esta e por gerações que ainda estão por vir. Um lugar que caminha para o futuro e não está preso a um falacioso modelo de desenvolvimento que ainda é defendido com afinco no Congresso.

Equipe Editorial (Liuca Yonaha, Marta Salomon, Melissa Aragão, Ester Athanásio, Marco Vergotti, Renato Tanigawa, Taciana Stec, Wendell Andrade, Daniel Porcel, Caio Victor Vieira, Beatriz Calmon, Rayandra Araújo e Daniela Swiatek).

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