Há espaço e oportunidades para a transição verde no Brasil, especialmente para a agenda de adaptação e transição energética. Essa é uma visão compartilhada entre diferentes atores envolvidos no crescente ambiente de finanças climáticas no país. Como os bancos de desenvolvimento podem contribuir para impulsionar o fluxo de capital de forma consistente a essas demandas foi tema do evento “Catalisadores Climáticos: O Papel dos Bancos de Desenvolvimento e Alianças no Financiamento da Transição Verde no Brasil”, realizado nesta quarta-feira (13), no Rio de Janeiro. O painel, organizado pelo Instituto Talanoa, em parceria com Delivery Associates e Instituto Clima e Sociedade (iCS) fez parte da programação paralela do G20.
A especialista em Políticas e Finanças Climáticas do Instituto Talanoa Suelen Marostica apresentou o estudo “O Ecossistema do Financiamento Climático no Brasil”, lançado em agosto deste ano, em projeto com o apoio do governo do Reino Unido e do UK PACT Brasil. Entre os pontos levantados no documento estão o papel dos bancos de desenvolvimento e as oportunidades e desafios para transformar investimentos em ações locais.
Participaram das discussões também Gabriela Vichi, Diretora de Operações do Banco de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo (BANDES); André Sant’Anna, Gerente de Inteligência Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); e Lucca Rizzo, Especialista em Financiamento Climático do Instituto Clima e Sociedade (iCS), com facilitação de Marcelo Cabral, da Delivery Associates.
Considerando os desafios enfrentados pelos governos estaduais como indutores da agenda, os debatedores apontaram a necessidade de se explorar o papel do BNDES nas lacunas sistêmicas para o financiamento acelerado da descarbonização. Discutiu-se ainda as perspectivas nacionais e internacionais, de como os projetos de agências de desenvolvimento podem conectar as agendas estaduais com as perspectivas nacionais e internacionais para acelerar a transição verde.
As oportunidades podem ser exploradas a partir da combinação eficiente de diferentes fontes e tipos de instrumentos financeiros. Nesse sentido, os bancos de desenvolvimento têm um papel fundamental na aceleração do financiamento climático. Um dos caminhos mais promissores é uma boa articulação entre os diversos atores do ecossistema de financiamento climático, especialmente a conexão de atores subnacionais com a esfera federal. É o caso da atuação dos bancos de desenvolvimento regionais, que possibilitam uma maior capilaridade de aporte de recursos, a partir de uma visão e atuação regionalizada em que demandas e customização de projetos atrativos com grande impacto local são atendidas.