Um mapeamento inédito do Ecossistema do Financiamento Climático no Brasil

O Brasil, como sede da COP 30 e na presidência do G20 em 2024, possui uma  janela de oportunidade única para sinalizar ao mundo uma estratégia de financiamento climático para o Plano Clima e para a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), alinhado ao Acordo de Paris. O primeiro passo para estruturar esse pilar essencial para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono é ter um retrato claro de quem são os atores, quais são os canais e qual o volume dos fluxos financeiros, privados ou públicos, além dos instrumentos disponíveis no país.

O Instituto Talanoa traz esse mapeamento inédito no novo estudo O ecossistema do financiamento climático no Brasil. O levantamento revela que há um número significativo de instrumentos financeiros que podem ser mobilizados, abrangendo desde empréstimos concessionais, subvenções, até arranjos de financiamento misto (blended finance). Esses e novos instrumentos são essenciais para implementar ações prioritárias tanto na mitigação quanto na adaptação às mudanças climáticas. O Brasil necessita de até R$1 trilhão até 2030 para alcançar suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).

O estudo, realizado pelo Instituto Talanoa em consórcio com a ERM NINT,  com o apoio do governo do Reino Unido e do UK PACT Brasil, evidencia que os fundos climáticos internacionais, como o Green Climate Fund (GCF) e o Global Environment Facility (GEF), desempenham um papel fundamental no desbloqueio de montantes necessários para a ação climática. Além disso, o Sistema Nacional de Fomento, composto por 34 instituições, é responsável por aproximadamente 45,5% do crédito no Brasil, sendo um dos principais atores no financiamento climático nacional.

Outro ponto importante levantado é a necessidade de ampliar as fontes públicas internacionais de financiamento climático, uma vez que os recursos disponíveis hoje podem não estar acessíveis no futuro. A emissão de dívida verde, que já movimentou bilhões desde 2023, também se destaca como uma ferramenta poderosa para alavancar recursos para este fim.

O próximo passo, segundo o estudo, é potencializar os canais de financiamento já abertos e expandir as conexões entre os diversos atores do ecossistema. Nesse sentido, está prevista uma série de oficinas, no âmbito do projeto, para consulta com atores engajados no financiamento climático, com o objetivo de criar um pipeline de projetos que possam acessar os instrumentos e fontes de financiamento identificados. O primeiro workshop ocorre nesta quinta-feira, em Brasília.

Este mapeamento inédito oferece, portanto, não apenas uma visão abrangente do estado atual do financiamento climático no Brasil, mas também indica caminhos claros para que o país possa atingir suas metas climáticas com mais eficácia e rapidez. O Instituto Talanoa segue comprometido em apoiar a implementação de políticas que possam destravar esse potencial.

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