Lançado com grandes expectativas em agosto de 2023 como o “maior programa de descarbonização do mundo”, o Energias da Amazônia pouco avançou desde então. A ideia do projeto era substituir a produção de energia a diesel por fontes renováveis e garantir um fornecimento de energia mais limpo e estável na região. Para tal, foi previsto, no lançamento, cerca de R$ 5 bilhões em investimentos para viabilizar a transição dos sistemas isolados da Amazônia.
Quase um ano depois, no entanto, o Energias da Amazônia contabiliza poucos resultados: desligou a usina termelétrica de Parintins (AM) e o seguimento do programa encontra-se em fase de estudos, segundo informou o Ministério de Minas e Energia (MME) por meio da Lei de Acesso à Informação. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prepara uma proposta de metas do programa a ser submetida à consulta pública.
A falta de avanços no programa reflete um desafio central na política de transição energética do atual governo, que ainda não lançou oficialmente o Programa Nacional de Transição Energética. A tramitação no Congresso Nacional de projetos de lei cruciais, como o “Combustível do Futuro” e os que regulamentam a produção de hidrogênio e a geração de energia em usinas eólicas offshore, está pendente.
Enquanto isso, a pressão por manter a geração de energia a carvão e expandir a produção de petróleo no Brasil aumentam, o que contraria compromissos internacionais assumidos pelo país para reduzir gradualmente o uso de combustíveis fósseis.