O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas (UNGA, na sigla em inglês) lembrando de como o mundo mudou em 20 anos desde sua estreia naquela tribuna, em Nova York, em 2003, quando iniciava seu primeiro mandato presidencial. “Naquela época, o mundo ainda não havia se dado conta da gravidade da crise climática”, disse.
O discurso desta terça-feira (19) mostrou que o Brasil tem agora um presidente que reconhece a emergência climática. E contextualiza os desafios de transformação por ela impostos ao enfrentamento das desigualdades, que não se reduziram nas últimas décadas. Pelo contrário, “o mundo está cada vez mais desigual” – e mais quente.
A equipe da Política por Inteiro, do Instituto Talanoa, avaliou, como fez nos últimos anos com os discursos de Jair Bolsonaro, a fala de Lula ao mundo. Como sempre, é feita uma atualização metodológica dos itens de verificação para que o resultado possa traduzir melhor o contexto do evento. Assim, desta vez, foram avaliados os 17 tópicos abaixo, cada um deles recebendo um conceito entre Bom (vale 2 pontos), Razoável (1), Neutro (0), Ruim (-1), Péssimo (-2) e Sem menção (0). Anteriormente, a não menção a algum tópico recebia a mesma pontuação de Péssimo, já que o discurso era feito sob a perspetiva de se negar a emergência climática e o silêncio era indicado como uma negação sobre o fenômeno. Desta vez, considerou-se a pontuação sem impacto por entender-se a não menção como estratégia de priorização ou não de um assunto dentro da agenda climática e socioambiental.
O discurso desta terça-feira (19) mostrou que o Brasil tem agora um presidente que reconhece a emergência climática. E contextualiza os desafios de transformação por ela impostos ao enfrentamento das desigualdades, que não se reduziram nas últimas décadas. Pelo contrário, “o mundo está cada vez mais desigual” – e mais quente.
A equipe da Política por Inteiro, do Instituto Talanoa, avaliou, como fez nos últimos anos com os discursos de Jair Bolsonaro, a fala de Lula ao mundo. Como sempre, é feita uma atualização metodológica dos itens de verificação para que o resultado possa traduzir melhor o contexto do evento. Assim, desta vez, foram avaliados os 17 tópicos abaixo, cada um deles recebendo um conceito entre Bom (vale 2 pontos), Razoável (1), Neutro (0), Ruim (-1), Péssimo (-2) e Sem menção (0). Anteriormente, a não menção a algum tópico recebia a mesma pontuação de Péssimo, já que o discurso era feito sob a perspetiva de se negar a emergência climática e o silêncio era indicado como uma negação sobre o fenômeno. Desta vez, considerou-se a pontuação sem impacto por entender-se a não menção como estratégia de priorização ou não de um assunto dentro da agenda climática e socioambiental.
BOM | claro, ambicioso e condizente com ações em curso | |
RAZOÁVEL | mencionado, com evidência de confiabilidade | |
NEUTRO | mencionado, sem danos | |
RUIM | mencionado, com danos | |
PÉSSIMO | ausente ou mal tratado | |
SEM MENÇÃO | não mencionado em seu discurso |
Comentários | |||
Reforça compromisso com ambição/Implementar NDC | RAZOÁVEL | Sem menção. | |
Apresenta ações de neutralidade para 2050 | SEM MENÇÃO | Sem menção. | |
Desmatamento zero até 2030 | SEM MENÇÃO | Sem menção. |
Comentários | |||
Adaptação e resiliência | RAZOÁVEL | Abriu o discurso citando desastres recentes e relacionando-os com a emergência climática, reconhecendo ser um aspecto que não estava presente no debate em suas gestões anteriores. Falou também de “perdas e danos”, com as populações vulneráveis do Sul Global sendo as mais afetadas. | |
Ações concretas para transição energética | NEUTRO | Mencionou o potencial das energias renováveis e hidrogênio verde, mas não destacou metas ou ações concretas. | |
Descarbonização da matriz (phase out do petróleo) | SEM MENÇÃO | Sem menção. | |
Considera o senso de urgência referente ao Relatório do IPCC | BOM | Mesmo sem citar nominalmente o IPCC, reconhece a emergência climática. |
Comentários | |||
Assume metas de proteção para todos os biomas | NEUTRO | Cita o Marco Global da Biodiversidade. | |
Ataca as causas do desmatamento e perda de biodiversidade | RAZOÁVEL | Reconhece que é necessária “robusta e renovada agenda amazônica, com ações de fiscalização e combate a crimes ambientais”. |
Comentários | |||
Ações para transição para agricultura de baixo carbono (ex.: Compromisso Global Metano Zero) | SEM MENÇÃO | Sem menção. |
Comentários | |||
Compromete-se a respeitar os direitos indígenas | SEM MENÇÃO | Sem menção. | |
Compromete-se c/ participação popular e diálogo | BOM | Defendeu em diversos momentos a democracia, seus mecanismos de participação e necessidade de inclusão e combate à desinformação. |
Comentários | |||
Cobrança de financiamento compatível com a ambição climática | BOM | Destacou que, para cumprimento do Acordo de Paris e Marco Global da Biodiversidade, são necessários trilhões de dólares e criticou o fato de nem os 100 bilhões prometidos anteriormente não terem fluído. | |
Intenção de contribuir p/ precificação de carbono | SEM MENÇÃO | Sem menção. |
Comentários | |||
Cumprimento de acordos | BOM | Criticou falta de empenho dos países para Agenda 2030 e financiamento para Acordo de Paris e Marco Global da Biodiversidade. Reconhece os acordos e a necessidade de cumpri-los. | |
Proposições de novos acordos e mecanismos de cooperação | BOM | Elenca as fraquezas do atual cenário internacional e conclama à reformulação da governança global, com cooperação que busque efetivo combate às desigualdades e crie bases de “um mundo justo e um planeta sustentável”. | |
Barreiras comerciais para coibir danos ambientais | SEM MENÇÃO | Sem menção. |
SOMA | |||||
5 | BOM | ||||
3 | RAZOÁVEL | ||||
2 | NEUTRO | ||||
0 | RUIM | ||||
0 | PÉSSIMO | ||||
7 | SEM MENÇÃO | ||||
TOTAL=13 |