Fundo Amazônia aprova estratégia para reverter tendências de desmatamento apontadas no PPCDAm

Foto: Canva

O Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA) se reuniu, nesta terça-feira (25), pela terceira vez desde janeiro, quando foi reinstalado, e aprovou diretrizes e critérios para a aplicação de seus recursos nos próximos dois anos. O saldo atual do mecanismo para desembolsos é de R$ 2,4 bilhões (mais informações abaixo).

Formado por representantes do Governo Federal, dos 9 estados da Amazônia Legal e da sociedade civil, o COFA aprovou o documento Visão Estratégica para as diretrizes e focos para aplicação dos recursos do Fundo Amazônia – julho 2023 a julho 2025. Os recursos serão destinados para reverter tendências de desmatamento apontadas no Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia (PPCDAm), apresentado em junho, que são:

  • interiorização, com invasão de terras públicas; 
  • reconcentração em grandes áreas contíguas; 
  • redução da capacidade da governança em terras indígenas, unidades de conservação e assentamentos; 
  • intensificação do desmatamento ilegal nas cadeias produtivas; e
  • aumento da degradação florestal. 


Por isso, afirma o documento, serão temas prioritários de investimentos: 

  • Povos e Comunidades Tradicionais (PCT) e Agricultura familiar;
  • Florestas públicas;
  • Cadastro Ambiental Rural (CAR);
  • Estados e Municípios para promover a governança ambiental do uso da terra;
  • Regularização fundiária e ambiental; e
  • Atividades produtivas sustentáveis.

O documento com a visão estratégica para a alocação dos recursos do Fundo Amazônia nos próximos anos não traz, entretanto, metas objetivas a serem alcançadas.



Quanto está disponível no Fundo Amazônia?

O Fundo Amazônia, importante mecanismo de financiamento do PPCDAm, registra saldo de R$ 2,4 bilhões para desembolsos, dos quais R$ 200 milhões estão já contratados, segundo dados que obtivemos via Lei de Acesso à Informação (LAI), em julho. Desde que foi criado, em 2008, até 2022, recebeu aproximadamente R$ 3,4 bilhões em doações, sendo o governo da Noruega o maior doador (93,8%). Os outros doadores até 2022 foram a Alemanha (5,7%) e a Petrobras (0,5%).

Novas doações já anunciadas ainda não foram contabilizadas. A Alemanha assinou novo contrato de doação de 35 milhões de euros, em dezembro de 2022. O acordo está em fase final de assinatura da documentação associada. Outros governos anunciaram intenções de doar e ainda estão em fase de negociação dos contratos: 


  • Estados Unidos: US$ 500 milhões;
  • Reino Unido: 80 milhões de libras;
  • União Europeia: 20 milhões de euros;
  • Suíça: sem detalhes sobre valores.


A gestão do Fundo Amazônia é realizada pelo BNDES.

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