Marina tenta colocar de pé um mapa do caminho para superar a dependência de fósseis durante a COP30

Marina tenta colocar de pé um mapa do caminho para superar a dependência de fósseis durante a COP30

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Uma mesa redonda organizada pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Clima), na quarta-feira (12), com a participação do economista britânico Nicholas Stern, buscou avançar na proposta de que a COP30 estabeleça um mapa do caminho para reduzir a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa do planeta: a queima de combustíveis fósseis. O que ela busca é um primeiro passo, ainda sem formato definido. 

A ideia de um mapa do caminho foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cúpula dos Líderes, que antecedeu a COP30, e repetida por ele no discurso de abertura da Conferência em Belém. Na quarta-feira-feira (12), o presidente da COP, André Corrêa do Lago, desconversou, disse que o tema está no centro das preocupações do presidente, mas não é um “item de agenda” de Belém. 

“Em que pesem desafios e contradições, a construção de um mapa do caminho será necessária, e o primeiro passo é o diálogo”, conclamou Marina. A ministra espera ao menos começar o debate durante a COP, o que significa retomar o que foi definido dois anos atrás, na cúpula de Dubai, a partir do primeiro balanço global (GST) do Acordo de Paris: acelerar a transição energética e transitar para longe dos combustíveis fósseis. Esse debate foi interditado na COP29, em Baku. 

O movimento de Marina repete algo que permitiu em Baku avançar no também polêmico tema do financiamento climático. O número de US$ 1,3 trilhão veio de um estudo do mesmo Nicholas Stern. Embora os países desenvolvidos só tenham concordado em aportar US$ 300 bilhões para a nova meta global de financiamento, o número de Stern entrou na declaração final como aspiração e serviu de guia para o mapa do caminho Baku-Belém. 

Stern insistiu no tema do financiamento ao falar sobre o fim dos combustíveis fósseis, responsáveis por 70% das emissões de gases de efeito estufa do planeta. “O desafio é investimento e investimento. Investimento no novo para abandonar o velho”, disse. Nesta quarta, Stern publicou artigo na página da London School of Economics (LSE) com um cálculo de quanto custaria um programa mais amplo de transição: US$ 3,2 trilhões por ano até 2035. Esse seria o montante de recursos para financiar a transição energética, a resiliência às mudanças climáticas, perdas e danos, conservação da natureza e a transição justa. O US$ 1,3 trilhão da meta global de financiamento seria parte desse total.  

A ideia de criar um mapa do caminho foi apoiada no evento pelo presidente do Conselho de Energia, Meio Ambiente e Água da Índia, Arunabha Ghosh, e pelos representantes da Alemanha, o vice-ministro do Meio Ambiente Jochen Flasbarth, e do Reino Unido, a enviada especial para Mudança do Clima Rachel Kyte.

Equipe Editorial (Liuca Yonaha, Marta Salomon, Melissa Aragão, Ester Athanásio, Marco Vergotti, Renato Tanigawa, Taciana Stec, Wendell Andrade, Daniel Porcel, Caio Victor Vieira, Beatriz Calmon, Rayandra Araújo e Daniela Swiatek).

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