Marina tenta colocar de pé um mapa do caminho para superar a dependência de fósseis durante a COP30
- COP30
- 13 de novembro de 2025
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Uma mesa redonda organizada pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Clima), na quarta-feira (12), com a participação do economista britânico Nicholas Stern, buscou avançar na proposta de que a COP30 estabeleça um mapa do caminho para reduzir a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa do planeta: a queima de combustíveis fósseis. O que ela busca é um primeiro passo, ainda sem formato definido.
A ideia de um mapa do caminho foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cúpula dos Líderes, que antecedeu a COP30, e repetida por ele no discurso de abertura da Conferência em Belém. Na quarta-feira-feira (12), o presidente da COP, André Corrêa do Lago, desconversou, disse que o tema está no centro das preocupações do presidente, mas não é um “item de agenda” de Belém.
“Em que pesem desafios e contradições, a construção de um mapa do caminho será necessária, e o primeiro passo é o diálogo”, conclamou Marina. A ministra espera ao menos começar o debate durante a COP, o que significa retomar o que foi definido dois anos atrás, na cúpula de Dubai, a partir do primeiro balanço global (GST) do Acordo de Paris: acelerar a transição energética e transitar para longe dos combustíveis fósseis. Esse debate foi interditado na COP29, em Baku.
O movimento de Marina repete algo que permitiu em Baku avançar no também polêmico tema do financiamento climático. O número de US$ 1,3 trilhão veio de um estudo do mesmo Nicholas Stern. Embora os países desenvolvidos só tenham concordado em aportar US$ 300 bilhões para a nova meta global de financiamento, o número de Stern entrou na declaração final como aspiração e serviu de guia para o mapa do caminho Baku-Belém.
Stern insistiu no tema do financiamento ao falar sobre o fim dos combustíveis fósseis, responsáveis por 70% das emissões de gases de efeito estufa do planeta. “O desafio é investimento e investimento. Investimento no novo para abandonar o velho”, disse. Nesta quarta, Stern publicou artigo na página da London School of Economics (LSE) com um cálculo de quanto custaria um programa mais amplo de transição: US$ 3,2 trilhões por ano até 2035. Esse seria o montante de recursos para financiar a transição energética, a resiliência às mudanças climáticas, perdas e danos, conservação da natureza e a transição justa. O US$ 1,3 trilhão da meta global de financiamento seria parte desse total.
A ideia de criar um mapa do caminho foi apoiada no evento pelo presidente do Conselho de Energia, Meio Ambiente e Água da Índia, Arunabha Ghosh, e pelos representantes da Alemanha, o vice-ministro do Meio Ambiente Jochen Flasbarth, e do Reino Unido, a enviada especial para Mudança do Clima Rachel Kyte.