TFFF é lançado com investimentos de US$ 5,5 bi, pouco mais da metade do mínimo
- COP30
- 6 de novembro de 2025
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Lançado hoje em almoço na cúpula de líderes da COP, o novo mecanismo de financiamento à conservação de florestas depende de um volume maior de recursos públicos de países para começar a funcionar. O objetivo do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF na sigla em inglês) é remunerar com cerca de US$ 4 (cerca de R$ 20) cada hectare conservado em países que mantém florestas tropicais.
Durante o almoço de hoje na Cúpula de Líderes que antecede a fase de negociações da COP30, em Belém, os aportes alcançaram pouco mais do que a metade do mínimo necessário para o início das operações: US$ 5,5 bilhões. Além do aporte inicial anunciado pelo Brasil ainda em setembro, de US$ 1 bilhão, a Indonésia, outro país detentor de florestas tropicais anunciou aporte de outro US$ 1 bilhão. A França comunicou que investiria 500 milhões de Euros.
A maior contribuição até agora vem da Noruega, que anunciou o aporte de US$ 3 bilhões. Mas esse repasse está condicionado à reunião de pelo menos US$ 10 bilhões de investimentos pelo conjunto de países. Ainda durante o almoço, a Holanda se comprometeu a doar US$ 6 milhões para bancar custos administrativos do novo fundo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se mostrou otimista com a chance de completar US$ 25 bilhões em recursos públicos, necessários para atrair outros US$ 100 bilhões da iniciativa privada, ainda que as cifras iniciais estejam longe disso. Esse é o volume de recursos previsto para a operação plena do TFFF. “Evidentemente, o aporte inicial é muito auspicioso, eu não esperaria nada melhor”, disse o ministro. “Teremos um boa noite de sono”, comentou. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, fez coro a Haddad, e classificou os aportes iniciais de “grata surpresa”
Ao todo, 53 países endossaram a declaração de lançamento do TFFF. Entre eles, há potenciais investidores, disse o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério de Relações Exteriores. Lyrio anunciou que conta com a doação da Alemanha, ainda sem valor definido. Entre potenciais investidores também estariam a China, o Japão e outros países da União Europeia. Não estaria descartada por ora, segundo ele, uma doação do Reino Unido. Também assinaram a declaração países detentores de florestas tropicais, que esperam receber recursos.
Durante o almoço com líderes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o TFFF seria um dos “principais resultados concretos” da COP30. Haddad comentou que o presidente se engajará pessoalmente na busca por mais recursos para financiar a conservação de florestas. Ao lado dos oceanos, florestas capturam e armazenam carbono da atmosfera e, por isso, contribuem enormemente para a regulação do clima no planeta.
O TFFF vem sendo desenvolvido desde 2023 como mecanismo inovador de financiamento da conservação florestal. Parte de aporte inicial de recursos públicos de países para atrair capital privado. Tanto os países como os investimentos privados são remunerados. Mas uma parte dessa remuneração vira doação a países detentores de florestas, doação essa vinculada a conservação da cobertura vegetal devidamente monitorada. Já está previamente definido que 20% dos repasses será dirigido a povos indígenas e comunidades tradicionais.