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No mesmo dia em que a presidência da COP30 publicou a oitava carta diplomática – e a primeira integralmente dedicada à adaptação, a Talanoa lançou o Adaptação Climática – Guia para Cobertura Jornalística, um material inédito para dar suporte a jornalistas e redações do mundo todo na missão de falar mais e melhor sobre a agenda que deve ser a prioridade na COP30, segundo a carta mais recente assinada pelo Embaixador André Corrêa do Lago.
O material destinado às redações jornalísticas foi lançado na manhã desta quinta-feira (23), durante um webinar promovido em parceria com o Pulitzer Center e com a presença da CEO da COP30, Ana Toni, que anunciou a publicação da carta diplomática sobre a adaptação. “A coisa mais importante para nós é fazer um grande mutirão pela adaptação”, destacou. “Priorizar a adaptação não é apenas um tópico de negociação, mas uma prioridade moral, bem como uma questão econômica para nós”.
Elaborado integralmente pelo time da Talanoa e com várias referências de atores da sociedade civil organizada global, o guia chega às redações jornalísticas de forma gratuita e em três idiomas: português, inglês e espanhol. Além de desmistificar mitos que ainda dominam as narrativas e os enquadramentos sobre adaptação, o material traz um glossário com conceitos e lista os principais itens de negociação que envolvem adaptação climática e estarão em jogo em Belém.
Entre as ferramentas e dicas práticas estão cases e exemplos positivos nos cinco continentes, bem como referências e fontes que podem dar pistas, fundamentar e aprofundar reportagens sobre o tema. Com a intenção de nutrir a imprensa mundial, a Talanoa buscou desenvolver um material prático e ao mesmo tempo instrutivo, apresentando tópicos sobre o tema e provocando os repórteres a construir reportagens que transcendam as editorias de clima e, principalmente, o calendário orientado pelas tragédias, prejuízos e consequências da inação política. “Precisamos reenquadrar a adaptação. As perguntas precisam mudar. Já não se trata mais do tamanho dos danos que podemos absorver, mas quem tem capacidade de reconstruir, proteger e liderar diante da instabilidade climática”, argumentou Natalie Unterstell, presidente da Talanoa e membro do Conselho de Adaptação da COP30.
A produção do guia para jornalistas é parte de um esforço mais abrangente da Talanoa cujo propósito é elevar a importância da agenda de adaptação, tanto nas negociações da UNFCCC, como na esfera do debate público fomentado pela própria imprensa. “Sabemos da importância do trabalho jornalístico ao alertar sobre os grandes problemas e desafios de interesse público e da capacidade que a imprensa tem de pautar a agenda política, provocando os tomadores de decisão a agir”, comenta Liuca Yonaha, vice-presidente da Talanoa, que também é jornalista e apresentou a publicação durante o webinar. “Esperamos que esse guia ajude as redações a olharem para adaptação com maior frequência, mas também com novos olhares, que superem a cobertura de desastres e pensem nas soluções e nas ações preventivas que já existem e podem ganhar escala”. Segundo Liuca, o material é um convite a entender o papel socioambiental do Jornalismo frente à adaptação climática; que pode se antecipar e criar histórias sobre a tragédia que foi evitada; o recurso que foi bem investido e as vidas que foram preservadas. Essa é a verdadeira história da adaptação.
Além de Ana Toni, participaram do painel de discussões a diretora de programas editoriais do Pulitzer Center, Rozina Breen; a diretora-executiva da MindWorks Lab, Diya Deb; a pesquisadora do Grantham Institute do Imperial College London, Emily Theokritoffy; e o jornalista Mac Margolis, que tem ampla experiência em coberturas jornalísticas de Amazônia.
Clique aqui e acesse a gravação do webinar na íntegra.
