Transição energética na primeira fala de Dan Ioschpe como High Level Climate Champion

Versão em Português

A escolha do nome que apoiará a Presidência da COP30, que ocorrerá em Belém, em novembro, na agenda de ação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (2). Na primeira declaração pública como Campeão Climático (High Level Climate Champion – HLC), o empresário Dan Ioschpe citou a transição energética como uma ação fundamental, sinalizando uma das prioridades de seu mandato de dois anos.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dan Ioschpe, como Campeão Climático (High Level Climate Champion – HLC), da COP30 | Foto: Ricardo Stuckert/PR.

“Espero poder apoiar a presidência da COP30 no avanço da ação climática, incluindo a transição energética, fundamental para o desenvolvimento socioeconômico ao redor do mundo e ainda mais importante para o Brasil, dado o seu potencial para a aceleração desta agenda. Sempre integrando o maior número possível de agentes da sociedade, capturando as diferentes iniciativas e oportunidades”, disse Ioschpe.

Ioschpe não é um nome familiar para a maior parte do campo que atua em mudança do clima, mas teve um papel no grupo de mobilização Business 20 (B20) durante a presidência brasileira do G20, em 2024. Ele é presidente do conselho de administração da Iochpe-Maxion, líder global na produção de rodas automotivas e componentes estruturais  e integrante dos conselhos de administração da WEG, da Marcopolo e da Embraer. Essas empresas – exceto a Marcopolo – assumiram compromissos net zero, que são um dos instrumentos fundamentais da campanha Race to Zero, liderada pelos Climate Champions das COPs. Ioschpe também atua como um dos vice-presidentes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). 

O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, destacou a capacidade do nomeado em estabelecer diálogo com o empresariado.  “Assim como demonstrou no G20 durante a presidência brasileira, Ioschpe poderá agora contribuir de forma extraordinária para conjugar as prioridades brasileiras para a COP30 e a ação do setor privado”.

A  ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, no comunicado oficial, destacou: “Neste novo papel como Campeão de Alto Nível do Clima, ele poderá contribuir para uma ação climática mais integrada, que reconheça a diversidade dos agentes econômicos e a urgência da transição justa”.

Ministra Marina Silva, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário Dan Ioschpe, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e a secretária-executiva da COP30, Ana Toni. Foto: Ricardo Stuckert/PR.

O secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), Simon Stiell, foi outro a falar sobre a liderança necessária para articular o setor privado no anúncio oficial divulgado pela COP30: “À medida que aceleramos a ação climática, sua capacidade de unir os principais atores será crucial para fortalecer os esforços voluntários do setor privado e ampliar as soluções. Estou ansioso para trabalhar com ele na implementação do Acordo de Paris e para alcançar progressos significativos rumo à COP30”.

A CEO da COP30, Ana Toni, trouxe o conceito de mutirão divulgado na primeira carta da Presidência da COP30 para avançar a agenda de ação. “Precisaremos focar nossos esforços em um mutirão para implementar os acordos e iniciativas já firmadas, engajando agentes da economia real no cumprimento de nossas metas climáticas. A experiência de Dan Ioschpe será fundamental para sairmos da promessa para a prática”, disse.

Para o Instituto Talanoa o êxito da escolha será pautado pela ambição em impulsionar economias para longe das emissões. “Recebemos positivamente seu engajamento e confiamos que ele reconhece as exigências da liderança climática hoje — que vão além de metas voluntárias e requerem passos ousados para transformar modelos de negócio e promover a regulação para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis. A Marrakech Partnership precisa de uma liderança capaz de impulsionar mudanças concretas na economia real, construindo consensos construtivos e orientados para o futuro”, comentou Natalie Unterstell, presidente da Talanoa.

Equipe Editorial (Liuca Yonaha, Marta Salomon, Melissa Aragão, Ester Athanásio, Marco Vergotti, Renato Tanigawa, Taciana Stec, Wendell Andrade, Daniel Porcel, Caio Victor Vieira, Beatriz Calmon, Rayandra Araújo e Daniela Swiatek).

Assine nossa newsletter

Compartilhe esse conteúdo

Apoio

Realização

Apoio