
A temporada de queimadas no Brasil costuma ocorrer a partir do meio do ano. Ou costumava. Em uma era de clima mais instável, as sazonalidades conhecidas começam a não se confirmar. E esse não é um problema somente do nosso país. É planetário. Como disse o governador da Califórnia (EUA), Gavin Newsom, em meio à mais recente crise de incêndios florestais por lá, que ocorreu “fora de época”, não há mais temporada de incêndio, o fenômeno ocorre o ano inteiro. Nesta semana, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) publicou portaria de emergência ambiental para que os entes federativos possam já se preparar. Desde o ano passado, essa norma tem sido publicada em fevereiro, com antecedência. Porém, em 2024, mesmo com a antecipação, não foi possível evitar o desastre. O Tá Lá no Gráfico da semana mostra como os incêndios afetam tanto a agenda de mitigação quanto de adaptação e como são um exemplo de eventos extremos que nos obrigam a rever das estruturas de emergência à lógica em que operam todos os sistemas, incluindo áreas como a saúde, e também o planejamento e a gestão orçamentárias.