COP 29 – Dia 3: NDC do Brasil e pressão da Troika

COP 29 – Dia 3: NDC do Brasil e pressão da Troika

O documento da NDC brasileira foi entregue pelo vice-presidente Geraldo Alckmin a Simon Stiell, secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC). Em seguida, o texto já estava disponível no portal do Registro de NDCs da UNFCCC, com 44 páginas, incluindo informações tanto sobre políticas internas quanto sobre as metas internacionais para 2035. Assim, o Brasil foi segundo país a apresentar seu plano climático para a próxima década. O primeiro havia sido os Emirados Árabes, parceiro do país na Troika formada pelas últimas três presidências da COP (Emirados Árabes – 28, Azerbaijão – 29 e Brasil – 30).

A presidente do Instituto Talanoa, Natalie Unterstell, avaliou que ser um dos primeiros a apresentar o documento, cujo prazo de submissão vai até fevereiro de 2025, é um bom sinal. Outro ponto positivo do comprometimento climático do país é o histórico impressionante na redução de emissões por desmatamento. “Agora, é hora de o país dar passos audaciosos na implementação da transição dos combustíveis fósseis e inspirar outros países produtores a fazerem o mesmo”, disse.

Pressão da Troika

Nos debates de alto nível, os países fizeram um apelo para que a Troika siga pressionando as maiores nações e ajude a construir pontes entre as COPs, colaborando assim no fortalecimento da governança da UNFCCC. É preciso enviar sinais fortes para a arquitetura financeira internacional, em particular, e usar as NDCs como “ferramentas poderosas” para a mudança na base.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, falou da necessidade de uma decisão concreta sobre o alinhamento da ação climática com a luta contra a pobreza e as desigualdades, sendo que para isso é preciso um sistema financeiro adequado ao propósito. Ela disse que “precisamos romper a inércia” no caminho para a COP30.

Troika indígena

Pela defesa da Floresta Amazônica e do oceano, líderes indígenas do Brasil, da Austrália e das ilhas do Pacífico firmaram uma aliança inédita, nesta quarta-feira, na COP 29. Chamada de “troika indígena”, o grupo é formado pela  Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), a Organização dos Povos Indígenas da Austrália e a Rede de Ação Climática das Ilhas do Pacífico. O objetivo principal desta união é a defesa dos interesses das populações originárias. Eles querem ser ouvidos e priorizados nas negociações climáticas, e devem manter uma coordenação contínua para as próximas COPs.

Financiamento Climático

Outro importante assunto que estamos acompanhando é o avanço das negociações de uma nova meta de financiamento climático (NCGQ). No terceiro dia de Conferência, o progresso continuou tímido. Apesar do pedido para simplificar o texto, o último rascunho dos CoChairs ainda tem cerca de 34 páginas – o que é um desafio para o presidente da COP e uma oportunidade perdida para o engajamento das Partes. Continuamos na esperança de que os negociadores consigam avançar. É importante que saia uma uma boa decisão de Baku. 

Equipe Editorial (Liuca Yonaha, Marta Salomon, Melissa Aragão, Ester Athanásio, Marco Vergotti, Renato Tanigawa, Taciana Stec, Wendell Andrade, Daniel Porcel, Caio Victor Vieira, Beatriz Calmon, Rayandra Araújo e Daniela Swiatek).

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